sexta-feira, 30 de maio de 2008

1968, O legado de uma geração


Alguns o classificam como o fim de uma era. Outros como o começo de uma nova. O ano de 1968 foi, antes de tudo, um divisor de águas. Hoje as opiniões sobre os acontecimentos daquele ano se dividem, entre os que vêem o passado com a utopia de que foi tudo maravilhoso, e os que o rejeitam radicalmente. Mas uma coisa é certa, o mundo não estava preparado para o que viria a seguir.

No livro "1968, O Ano que não Terminou" o jornalista Zuenir Ventura reconstitui os acontecimentos de 68 no Brasil. A quebra de tabus, os jovens heróis, a luta estudantil contra a ditadura. Eram reflexos de uma geração esclarecida que desafiava os padrões pré-estabelecidos, fosse na política ou no comportamento.

Uma das grandes diferenças de 68, entre o Brasil e outros países, como a França, era que nós tinhamos um inimigo concreto: a ditadura. A luta contra a censura movia os jovens para o que acreditavam ser a única solução: a revolução. Esta foi, porém, uma das grandes contradições da época. Os joven não conseguiram fazer a revolução política, mas acabaram fazendo uma revolução cultural.

A circulação das pílulas anticoncepcionais entre as jovens deu abertura para a chamado Revolução Sexual. Surgiram movimentos a favor das mulheres, dos negros, dos homossexuais. Hábitos, costumes e valores foram modificados. Em outras palavras, a geração de 68 deixava o seu legado, que era uma resposta à sociedade repressiva da época.

Quarenta anos depois, as pessoas perderam um pouco da esperança. A utopia ideológica acabou com a promulgação do Ato Institucional n°5. Pessoas que se inspiravam nas vitórias de Cuba e Vietnã se viram cercadas. Hoje, os jovens não se interessam pela política. O individualismo contribuiu para a falta de interesse pelas causas públicas. As idéias não se transformam mais em ações.

"Vão ser precisos anos e anos para se entender o que passou", disse o sociólogo Edgar Morin, que acompanhou as passeatas no Brasil e na França. Ele estava certo. Para a sociedade atual é difícil compreender como as causas de 68 conseguiram juntar jovens como Cesinha, um militante de 14 anos, e uma pessoa como Alceu de Amoroso Lima, de 76 anos. Sem dúvida, 1968 foi um ano de sintonia mundial. Unânime, em dizer que seus acontecimentos alteraram o comportamento social e cultural expressivamente.

Um comentário:

Olímpio Cruz Neto disse...

Gisele,

O blog está ok, com exceção da cor do fundo do texto. Você não colocou duas linhas entre os parágrafos? Ficaria melhor uma linha.

No mais, os textos estão ótimos.

Gostaria de ler outros de sua lavra que não os exercícios passados em sala.

Abraço.